Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 954-1 | ||||
Resumo:Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC) O157:H7 é um patógeno zoonótico Gram-negativo responsável por causar a Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) principalmente em crianças menores de 5 anos. A infecção por este patógeno é distribuída mundialmente e diferentes surtos de SHU são reportados ao redor do mundo. É importante destacar que a Argentina apresenta a maior incidência de SHU no mundo. Interessantemente, E. coli O157:H7 contém um plasmídeo denominado pO157 que tem aproximadamente 96 kb e que contém uma média de 92 open reads frame (ORF). Apesar de alguns estudos terem caracterizado alguns fatores de virulência localizados neste plasmídeo, ainda existe pouco conhecimento de sua relação com aspectos da patofisiologia de E. coli O157:H7. Por tanto, neste estudo para aportar conhecimento a respeito da relação do pO157 com aspectos da patofisiologia de E. coli O157concentramo-nos em analisar se o plasmídeo pO157 tem alguma influência com a capacidade de E. coli O157:H7 em resistir a condições de estresse. Para realizar o estudo primeiramente geramos uma versão de E. coli O157:H7 curada do plasmídeo pO157 (Cu-pO157) (eliminação de pO157). Logo avaliamos se a ausência do plasmídeo pO157 tem algum impacto seja no perfil de crescimento de E. coli O157:H7 em condições padrões de laboratório ou na capacidade de este patógeno em resistir a condições de estresse que são encontradas durante seu processo de infecção. O perfil de crescimento bacteriano foi determinado através de curvas de crescimento bacteriano em meio Luria-Bertani (LB) a 37 °C. Nos ensaios de estresse ácido, as linhagens bacterianas (E. coli O157:H7 e Cu-pO157) foram cultivadas meio LB até atingir uma DO (600nm) de 0,5. Logo foi realizado um subcultivo bacteriano em meio LB com pH 3,5 e 4,5 durante 30 minutos a 37 °C. Para o ensaio de sais biliares, as linhagens bacterianas foram cultivadas até DO (600nm) de 0,3 em LB e, em seguida, foi realizado um subcultivo bacteriano em meio LB com concentrações de 50 e 100 mg/ml de sais biliares durante 3 horas a 37 °C. A capacidade de resistência aos diferentes tipos de estresse foram determinadas através de unidades formadoras de colônia (UFC) em placas de médio LB suplementadas com ágar. Através dos ensaios de curva de crescimento bacteriano vimos que a ausência do pO157 não influi no perfil de crescimento de E. coli O157:H7. Quando a bactéria foi submetida a condições de estresse ácido seja em pH 3,5 ou 4,5 vimos que a ausência do plasmídeo não afetou a capacidade de E. coli O157:H7 em resistir este tipo de estresse. No entanto, quando E. coli O157:H7 foi exposta a ação de sais biliares, observamos que a ausência do pO157 impactou na sua capacidade em resistir este tipo de estresse seja na concentração de 50 mg/ml quanto na de 100 mg/ml. Estes resultados preliminares indicam que o plasmídeo pO157 pode desempenhar um papel importante na sobrevivência de E. coli O157:H7 durante a exposição ao estresse gerado pela presença de sais biliares. Palavras-chave: enteropatógenos bacterianos, fisiologia bacteriana, resposta ao estresse Agência de fomento:Fondo para la Investigación Científica y Tecnológica (FONCyT) |